Sobre a comunicação eficaz no diálogo com jovens e adolescentes no tema de uso abusivo de álcool e outras drogas.

Nota

Sobre a comunicação eficaz no diálogo com jovens e adolescentes no tema de uso abusivo de álcool e outras drogas

Por Hugo Araújo.

Na relação dialética entre mediadores e mediados, a comunicação eficaz é imprescindível para um bom aproveitamento do momento. Sim, o momento é extremamente importante, pois é o “local” o qual vão aparecer diversas situações que podem se tornar negativas se o mediador não se conectar com o grupo.

Essa conexão é feita através da fala, das expressões, da postura, do jeito que o mediador vai buscar estabelecer o diálogo com o grupo. Alguns pontos iniciais para destacarmos:

  • Os adolescentes já se conhecem?
  • Como EU – O Mediador, poderia fazer pra pertencer a esse grupo?
  • Como falar sobre drogas?

Supondo que o grupo de adolescentes já se conhece, você é o estranho no meio deles, ou seja, é você quem deve se adaptar e não eles. Aí entra a linguagem e o comportamento do mediador. Ao chegar, a sinceridade deve ser o carro chefe do mediador, expor o tema com clareza e assertividade, e o mais importante é falar a “língua” deles, ou seja, expressões e gírias ATUAIS – isso aproxima o mediador dos adolescentes, faz com que ele desça do palco e se assente com os jovens em uma relação igualitária – o que reforçará o respeito durante todo o momento em que passarão juntos.

Falar a “língua” dos adolescentes e jovens hoje em dia seria uma árdua tarefa para mestres e doutores, psicólogos e pedagogos, professores e agentes de disciplina se não fosse o YOUTUBE! No entanto, temos a internet como aliada pra que possamos pesquisar o que eles assistem e a maneira a qual se comunicam. Sim, é necessário pesquisar se não tiver um adolescente em casa ou se você não passa tempo com nenhum jovem “li gado nas paradas que tão rolando”.

Não há possibilidade de se conversar com adolescentes como quem dá palestra, a conversa precisa ser dinâmica, adolescentes precisam falar, expor suas ideias para serem entendidos e confrontados. É necessário que os próprios adolescentes se sintam confrontados para que haja reflexão. Outro fator relevante nas conversas sobre álcool e outras drogas é o fator JULGAMENTO. O mediador não está pra julgar atitudes, mas pra propiciar um momento de reflexão sobre a ação cotidiana desses jovens, a conclusão não cabe ao mediador e sim aos próprios adolescentes confrontados e levados à reflexão.

O assunto DROGAS é muito mal visto pelos jovens, pois é associado ao julgamento social, coerção, polícia, reprovação entre outros elementos negativos para o estabelecimento de um diálogo saudável. Por isso tiramos o foco da droga e o mal que ela pode fazer e focamos no desenvolvimento do ser humano, obviamente deixando claro o mal que droga pode fazer, mas sem colocá-la no centro da discussão.

O trabalho com adolescentes é de médio a longo prazo, é necessária a internalização, por parte deles,  de assuntos como identidade, prioridades, objetivo, organização do tempo entre outros temas que podem ser abordados para levar o adolescente a pensar sobre sua existência, seu proceder na vida. A reflexão leva à crítica, e a análise pode dar suporte ao autoconhecimento, à descoberta de seus limites e ao aprimoramento na organização dos pensamentos.  E aí? Estamos prontos pra dialogar?

hugo

Hugo Araújo: Palestrante do Revitaliza Gaia). Licenciatura Plena com Habilitação em Orientação Educacional e Magistério na UGB/VR. Educador Social/Professor de Violão. Professor de Musicalização no Projeto de Música nas Escolas. Estudante de Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo. Palestrante no Programa de Responsabilidade Social da UGB/VR com o tema Mercado de Trabalho e seus desafios. Diretor de Creche. Acompanhamento Pedagógico em Língua Portuguesa e Iniciação Musical. – Escola Municipal Maria Carraro. Pedagogo e mediador de “Rodas de Conversas” de temas atuais para Jovens e Adolescentes em situação de Risco Social.

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